segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MERCOSUL E ALCA

O MERCOSUL - Mercado Comum do Sul, representa cerca de 70% do território sul-americano e, aproximadamente, 64% de sua população. Nasceu da conjunção de circunstâncias políticas e econômicas que conduziram à aproximação entre Brasil e Argentina. O primeiro gesto partiu do Brasil e coincidiu com um momento dramático da vida política argentina, que foi a guerra das Malvinas, em 1982.

O mercosul começou a nascer no encontro dos presidentes José Sarney, do Brasil, e Raul Alfonsín, da Argentina, em novembro de 1985, em Foz do Iguaçú. A declaração do Iguaçu, assinalou os novos rumos da política externa dos antigos rivais.

A aproximação entre os dois maiores e mais populosos países sul americanos desencadeou um processo de integração na região, o que possibilitou a criação do Mercosul em 26 de março de 1991. Nessa data, Paraguai e Uruguai uniram-se a Brasil e Argentina e assinaram o Tratado de Assunção, iniciando o processo de formação do Mercado Comum do Sul.

Ao assinarem esse tratado, os países membros estabeleceram basicamente quatro objetivos a serem alcançados com a formação do bloco: uma maior abertura das economias dos países membros para uma inserção mais competitiva no mercado mundial; o favorecimento da economia de escala; o estímulo dos fluxos de comércio com o resto do mundo por meio de acordos multilaterais e bilaterais; e o desenvolvimento progressivo da integração da América do Sul.

No contexto do processo de integração, a participação do Uruguai e do Paraguai tem reduzida importância econômica, mas elevado valor geopolítico, pois elimina fontes de atrito entre os dois parceiros maiores, que desde a independência disputaram influência junto aos vizinhos menores.
Novos acordos de associação foram firmados em 1996 com o Chile e a Bolívia, que se tornaram Estados associados do Mercosul.

Em 2007, a Venezuela foi admitida como membro pleno do Mercosul.O bloco expande-se além da área da bacia Platina e do cone Sul, formando um eixo de Integração da América do Sul atlântica.Além disso, passa a participar, ainda que indiretamente, do espaço de relações do Caribe, pois a Venezuela é um elemento important da vida política e comercial da região caribenha.

No bloco, o fator decisivo é a economia brasileira, que representa, após o ingresso da Venezuela, quase dois terços do PIB do Mercosul. Entre 1990 e 2006, o comércio do Brasil no Mercosul multiplicou-se por seis, enquanto seu comércio total multiplicou-se por pouco mais de quatro.

Desde o início, o Mercosul foi projetado como polo d atração de capitais internacionais. A zona de livre comércio proporcionou o embrião de um mercado consumidor unificado no interior do bloco, contribuindo para atrair investimentos de empresas transnacionais na indústria e nos serviços.

ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS - ALCA
Podemos perceber, que o comércio mundial vem se estruturando em grande parte por meio de blocos econômicos regionais. Nesse contexto, o Mercosul ganhou força nos últimos anos, apesar das crises econômicas enfrentadas pelos países-membros- com as recentes adesões do Chile,da Bolívia e do Peru em caráter de países associados.

De certa forma, essa integração regional em torno dos países do Cone Sul, tem posto em xeque a influência dos Estados Unidos na América do Sul, pois esse país tem intenções de criar uma área de livre comércio para todo continente americano, a ALCA.

De acordo com vários especialistas, a criação da Área de Livre Comércio das Américas traria grandes problemas econômicos à região, principalmente ao Brasil, pois os Estados Unidos possuem empresas que são consideravelmente superiores às brasileiras em termos de tecnologia, organização, escala de produção, redes de comercialização, marcas, etc. Isso afetaria, provavelmente, o sistema produtivo brasileiro de forma negativa, especialmente nos setores em que as empresas norte-americanas estão na vanguarda, como em bens de capital, componentes eletrónicos, softwares, informática, etc. Diante dessa superioridade norte-americana, a economia brasileira estaria fadada à condição de economia agrícola ou agroindustrial e produtora de bens industriais leves ou tradicionais.

Por outro lado, apesar das limitações e das desvantagens que a ALCA pode trazer para o Brasil, há uma linha de raciocínio que defende a adesão a esse acordo, argumentando que, se o Brasil não participar desse bloco regional, ficará isolado e perderá poder de negociação com outros mercados internacionais. O que todavia, não procede, pois uma área de livre comércio pode favorecer as trocas comerciais, mas não é o único responsável pela expansão do comércio internacional. Potências econômicas, como Estados Unidos, a União Européia e o Japão, não têm acordos de livre comércio entre si, mas mantêm fortes e crescentes trocas comerciais.

Além das discussões em torno do fortalecimento ou do enfraquecimento da economia brasileira, alguns estudiosos destacam outros pontos que seriam afetados negativamente com a criação da ALCA, como por exemplo, o meio ambiente, que, no caso da floresta Amazônica, teria sua biodiversidade monopolizada por empresas americanas.

MAGNOLI,Demétrio.Geografia para o ensino médio.São Paulo:Atual,2008.
BOLIGIAN,Levon.Geografia: espaço e vivência:ensino médio.São Paulo:Atual,2007.